Bacabal: Ontem e hoje
- Randyson Laércio
- 14 de jun. de 2017
- 3 min de leitura

A história de uma cidade bem bacana, de nome engraçado. Bacabal era habitada por índios da tribo dos Guajajaras e Crentes (de origem desconhecida), cujas malocas situavam-se no atual bairro do Juçaral. Sua história começa no século XIX com a instalação de uma colônia indígena -Colônia Leopoldina – que mais tarde se tornaria fazendo agrícola de produção.
Acredita-se que houve resistência por parte dos índios aqui existentes na região, que localizavam-se nos povoados Boa Vista da Tábua e Aldeia do Odino. Vale ressaltar que no atual momento, não foi encontrado nenhum remanescente dessas tribos.
Até o final da década de 40 esses índios passavam por Bacabal em direção a São Luis viajando através de embarcações para visitar o “Pai Grande” era a forma como eles tratavam o governo do estado.
Com a chegada do Coronel português Lourenço da Silva em 1876, que aqui encontrou ambiente propício para a implantação de uma fazenda, cultivando lavoura de subsistência (mandioca, milho, feijão e algodão), devido a existência de rios e lagos que possibilitam as primeiras vias de acesso aos moradores.
A referida fazenda localizava-se na atual praça de Santa Terezinha, antes conhecida como Praça de Nossa Senhora da Conceição.
A fazenda do coronel utilizava mão de obra escrava e de alguns aliados indígenas. Com o “fim da escravidão em 1888”, quando da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel a fazenda entrou em decadência e por esse motivo foi vendida a Raimundo Alves de Abreu que passou a utilizar a “mão de obra livre” ficando denominada como Sítio dos Abreus. Em 17 de abril de 1920 através da Lei n° 932, assinada pelo então governador do Estado Cr. Urbano Santos da Conta Araújo, o povoado foi elevado à categoria de vila, passando a ser chamado Bacabal dos Abreus.
O nome Bacabal, teve origem devido a existência nesta região de uma grande quantidade de palmeiras conhecidas como bacaba (oenacarpus distichus) ou cocô selvagem.
7 de setembro de 1920, instala-se oficialmente o município, tendo o seu território desmembrado de São Luis Gonzaga do Maranhão. Na época Bacabal contava com cerca de 9.500 habitantes em todo território.
Em 1938, Bacabal passou a categoria de cidade através do Decreto Lei N° 159 de 6 de dezembro do mesmo ano.
Geograficamente falando, sua área municipal é estimada em 1.609 km², depois dos desmembramentos havidos. Limita-se com os municípios de Vitória do Mearim, Lago Verde, São Luis Gonzaga do Maranhão, Lago do Junco, São Mateus do Maranhão, Bom Lugar, Olho D’água da Cunhãs e Pio XII.
Hoje os seus 97 anos de existência mostra muitas mudanças positivas, porém há aspectos negativos eminentes, infelizmente.
E pra finalizar, deixo abaixo um poema sobre a nossa querida princesa do Mearim. Parabéns Bacabal! Quem te conhece, não te esquece jamais.
O mearim
Eu nasci no Mearim
um rio barrento e lento
lá no fundo da memória
carcomida, como a mim
corroeu o mesmo tempo
e o desalento; também
o rio corrompeu, assoreou.
Um rio perdido ou esquecido
o rio e eu, frente a frente
como um eu diante de outro
eu, desconhecendo-se
outros eus que ficaram
ao longo do caminho
todos irreconhecíveis!
Paisagens deformadas
agora imperceptíveis
não fosse por sua imanência
ou permanência, indefectíveis
lembranças redivivas
imagens esclerosadas
de natimortos renitentes.
O rio torto e incerto
de minha infância esquecida
com aquelas palmeiras
decapitadas; eu, ribeirinho
assustado, imaginando
caminhos nas águas
moventes e errantes.
Lá adiante, quem sabe
o mar, o continente
lá no futuro, o passado
presente e instigante
de um desterro e
destino de emigrante
portanto inveterado.
Que migra e singra
mares nunca dantes
navegados, levando
o próprio rio e seu
desmoronamento e
permanecendo ancorado
mesmo em movimento.
Ou é o porto que vai
enquanto o rio petrifica
na lembrança estagnada.
O Mearim das lavadeiras
já falecidas, meninos
que já se foram
ou mesmo se afogaram.
Porque o rio segue
seu curso indiferente
numa geografia absurda
de ausentes desterrados
de águas turvas, tépidas
desmemoriadas
de seus sobreviventes.
(Autor: Antonio Miranda)
Por Randyson Laercio
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