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Bacabal: Ontem e hoje

A história de uma cidade bem bacana, de nome engraçado. Bacabal era habitada por índios da tribo dos Guajajaras e Crentes (de origem desconhecida), cujas malocas situavam-se no atual bairro do Juçaral. Sua história começa no século XIX com a instalação de uma colônia indígena -Colônia Leopoldina – que mais tarde se tornaria fazendo agrícola de produção.


Acredita-se que houve resistência por parte dos índios aqui existentes na região, que localizavam-se nos povoados Boa Vista da Tábua e Aldeia do Odino. Vale ressaltar que no atual momento, não foi encontrado nenhum remanescente dessas tribos.


Até o final da década de 40 esses índios passavam por Bacabal em direção a São Luis viajando através de embarcações para visitar o “Pai Grande” era a forma como eles tratavam o governo do estado.

Com a chegada do Coronel português Lourenço da Silva em 1876, que aqui encontrou ambiente propício para a implantação de uma fazenda, cultivando lavoura de subsistência (mandioca, milho, feijão e algodão), devido a existência de rios e lagos que possibilitam as primeiras vias de acesso aos moradores.

A referida fazenda localizava-se na atual praça de Santa Terezinha, antes conhecida como Praça de Nossa Senhora da Conceição.


A fazenda do coronel utilizava mão de obra escrava e de alguns aliados indígenas. Com o “fim da escravidão em 1888”, quando da assinatura da Lei Áurea pela princesa Isabel a fazenda entrou em decadência e por esse motivo foi vendida a Raimundo Alves de Abreu que passou a utilizar a “mão de obra livre” ficando denominada como Sítio dos Abreus. Em 17 de abril de 1920 através da Lei n° 932, assinada pelo então governador do Estado Cr. Urbano Santos da Conta Araújo, o povoado foi elevado à categoria de vila, passando a ser chamado Bacabal dos Abreus.


O nome Bacabal, teve origem devido a existência nesta região de uma grande quantidade de palmeiras conhecidas como bacaba (oenacarpus distichus) ou cocô selvagem.

7 de setembro de 1920, instala-se oficialmente o município, tendo o seu território desmembrado de São Luis Gonzaga do Maranhão. Na época Bacabal contava com cerca de 9.500 habitantes em todo território.


Em 1938, Bacabal passou a categoria de cidade através do Decreto Lei N° 159 de 6 de dezembro do mesmo ano.

Geograficamente falando, sua área municipal é estimada em 1.609 km², depois dos desmembramentos havidos. Limita-se com os municípios de Vitória do Mearim, Lago Verde, São Luis Gonzaga do Maranhão, Lago do Junco, São Mateus do Maranhão, Bom Lugar, Olho D’água da Cunhãs e Pio XII.


Hoje os seus 97 anos de existência mostra muitas mudanças positivas, porém há aspectos negativos eminentes, infelizmente.

E pra finalizar, deixo abaixo um poema sobre a nossa querida princesa do Mearim. Parabéns Bacabal! Quem te conhece, não te esquece jamais.

O mearim


Eu nasci no Mearim

um rio barrento e lento

lá no fundo da memória

carcomida, como a mim

corroeu o mesmo tempo

e o desalento; também

o rio corrompeu, assoreou.


Um rio perdido ou esquecido

o rio e eu, frente a frente

como um eu diante de outro

eu, desconhecendo-se

outros eus que ficaram

ao longo do caminho

todos irreconhecíveis!


Paisagens deformadas

agora imperceptíveis


não fosse por sua imanência

ou permanência, indefectíveis

lembranças redivivas

imagens esclerosadas

de natimortos renitentes.


O rio torto e incerto

de minha infância esquecida

com aquelas palmeiras

decapitadas; eu, ribeirinho

assustado, imaginando

caminhos nas águas

moventes e errantes.


Lá adiante, quem sabe

o mar, o continente

lá no futuro, o passado

presente e instigante

de um desterro e

destino de emigrante

portanto inveterado.


Que migra e singra

mares nunca dantes

navegados, levando

o próprio rio e seu

desmoronamento e

permanecendo ancorado

mesmo em movimento.


Ou é o porto que vai

enquanto o rio petrifica

na lembrança estagnada.

O Mearim das lavadeiras

já falecidas, meninos

que já se foram

ou mesmo se afogaram.


Porque o rio segue

seu curso indiferente

numa geografia absurda

de ausentes desterrados

de águas turvas, tépidas

desmemoriadas

de seus sobreviventes.


(Autor: Antonio Miranda)




Por Randyson Laercio


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